Este projeto copiei do blog
http://partilhandosugestoesescolares.blogspot.com da Edma e achei excelente para adaptarmos para nossas escolas.
NOME DO PROJETO: “Consciência Negra – Vivenciar”
PROJETO IDEALIZADO POR:
REALIZAÇÃO: PROFESSORAS E ALUNOS DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I.
“...Entendi que cada um dos elementos vivos segura uma ponta do fio da vida, e o que machuca a Terra, machuca também a todos nós, os filhos da Terra. Foi aí que entendi que a diversidade dos povos, das etnias, das raças, dos pensamentos, é imprescindível para colorir a Teia, do mesmo modo que é preciso sol e água p-ara dar forma ao arco-íris”.
OBJETIVO GERAL: Desenvolver atitudes de compreensão para com a diversidade étnico-racial e respeitá-la.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Conhecer diferentes tipos de etnias em nosso país e comunidade.
Valorizar contribuição da cultura negra para nossa sociedade.
Identificar personagens negras da literatura que protagonizam histórias diversas.
Transpor obra de arte para texto verbal e vice versa.
Desenvolver atitudes de respeito e cidadania para com a diversidade.
JUSTIFICATIVA:
A questão racial é conteúdo obrigatório no currículo escolar.
A lei 10.639, de 2003, decretou a inclusão do ensino da história e da cultura afro-brasileira no Ensino Fundamental e Médio. E a lei passou a valer para todos os níveis da Educação Básica com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais.
A escola é o melhor lugar para desenvolver projetos para todos conhecerem a cultura afro e entenderem que ela faz parte da cultura brasileira.
Anos atendidos: 4º ano do ensino fundamental I.
Tempo estimado: 02 semanas.
Materiais necessários:
Livros, revistas, jornais.
Cartolinas, papel sulfite, papel camurça, papel cartão.
Cola, pincéis, lápis de cor, giz de cera, tinta guache, tesoura, barbante.
Máquina digital, varais educativos, murais e áudios diversos, computador (PowerPoint).
Textos de apoio: O Balão Colorido – Autor desconhecido –
Poema: Um poema para Sandra e Pedro – Gabriel, o Pensador -
Livros de apoio para o professor:
Tarsila do Amaral – Cecília Aranha/Rosane Acedo.
A Bonequinha Preta – Alaíde Lisboa de Oliveira.
Menina Bonita do Laço de Fita - Ana Maria Machado.
Metodologia/Desenvolvimento:
1ª etapa:
Conversar com os alunos sobre as comemorações do “Dia da Consciência Negra”. Fale sobre as leis, os personagens negros famosos da História, as comunidades negras, a cultura afro, o Continente Africano...
Iniciar esse trabalho com a apresentação dos slides do livro “A Bonequinha Preta” no PowerPoint. Conversar com os alunos sobre a história. Pedir que representem a bonequinha preta através de desenho em papel de fundo branco. Pedir para a metade da sala, colar em cartolina e montar um quebra cabeça da bonequinha. A outra metade da sala fazer colagens, dobraduras, pintura a dedo, modelagem, alinhavo...
Montar um varal com as produções dos alunos. Fotografar.
Produção textual:
Pedir que reescrevam a história da Bonequinha Preta. Podem fazê-lo como dever de casa com a ajuda da família.
Apresentar as produções em um mural para serem apreciadas.
2ª etapa:
Apresentar o poema: Um Poema para Sandra e Pedro.
Primeiramente em impresso ou pedir que copiem do quadro. Explorar oralmente a estrutura do texto poema.
No segundo momento tocar o Cd de Gabriel, o Pensador; a faixa Um Poema para Sandra e Pedro.
Trabalhar a apresentação do poema com alguns alunos. Aqueles que tem facilidade para decorar ou apresentar em forma de jogral.
Distribuir desenhos de figuras geométricas diversas na cor branca e outras tantas na cor preta. Colar as figuras brancas em cartolina de cor preta e vice-versa. Distribuir giz de cera branco para quem tem figura preta e giz de cera preto para quem tem figura branca.
Pedir que criem em cima das figuras usando apenas uma cor (branca ou preta).
Durante as produções coloque o poema cantado para ouvirem baixinho.
Estipule um tempo para as criações. Motive os alunos a falarem sobre suas criações.
Apresentar em forma de mural e varal didático ao som do poema.
3ª etapa:
Texto trabalhado: “Balões Coloridos”.
BALÕES COLORIDOS.
ERA UMA VEZ UM VELHO HOMEM QUE VENDIA BALÕES EM UMA PRACINHA.
EVIDENTEMENTE O HOMEM ERA UM BOM VENDEDOR, POIS DEIXOU UM BALÃO VERMELHO SOLTAR-SE E ELEVAR-SE NOS ARES, ATRAINDO DESSE MODO UMA MULTIDÃO DE JOVENS COMPRADORES DE BALÕES.
HAVIA ALI PERTO UM MENINO NEGRO.
ESTAVA OBSERVANDO O VENDEDOR E É CLARO APRECIANDO OS BALÕES.
DEPOIS DE TER SOLTADO O BALÃO VERMELHO, O HOMEM SOLTOU UM AZUL, DEPOIS UM AMARELO E FINALMENTE UM BRANCO. TODOS FORAM SUBINDO ATÉ SUMIREM DE VISTA.
O MENINO DE OLHAR ATENTO SEGUIA A CADA UM. FICAVA IMAGINANDO MIL COISAS.
UMA COISA O ABORRECIA: O HOMEM NÃO SOLTAVA O BALÃO PRETO. ENTÃO APROXIMOU-SE DO VENDEDOR E PERGUNTOU:
___ MOÇO, SE O SENHOR SOLTASSE O BALÃO PRETO, ELE SUBIRIA TANTO QUANTO OS OUTROS?
O VENDEDOR DE BALÕES SORRIU COMPREENSIVAMENTE PARA O MENINO, ARREBENTOU A LINHA QUE PRENDIA O BALÃO PRETO E ENQUANTO ELE SE ELEVAVA NOS ARES DISSE:
___NÃO É A COR, FILHO, É O QUE ESTÁ DENTRO DELE QUE O FAZ SUBIR. PORQUE DEUS NÃO VÊ COMO O HOMEM VÊ O QUE ESTÁ DIANTE DOS OLHOS. PORÉM O SENHOR OLHA PARA O CORAÇÃO!
Primeiramente “contar” o texto. Explorar oralmente o texto. Aproveite para falar sobre a diversidade.
Explore as diversidades da classe, da escola. Conte os alunos que usam óculos, as meninas que estão de rosa, os meninos que estão de uniforme, os que gostam de verde, os de amarelo...
Fatie o texto junto com os alunos. Para isso tenha uma cópia em letras grandes escritas em papel pardo ou mesmo no sulfite. Distribua as partes e chame os alunos para montarem no quadro. Depois peça que copiem.
Agora monte um pequeno teatrinho para apresentar o texto. Distribua os personagens. Não se esqueça do narrador. Alterne os grupos na apresentação e escolha os melhores junto com a turma até ter um bom grupo de apresentação.
Organize a cena no lugar de apresentação. Amarre os balões de modo que fiquem fáceis de soltar.
Apresente o teatrinho; fotografe e filme se possível.
4ª etapa:
Nessa quarta etapa vamos trabalhar a cultura afro com o item “ Contribuições na culinária”.
Apresentar os textos:
A verdadeira história da feijoada,
O negro e sua influência na cozinha brasileira,
Explorar a leitura dos textos e fazer os exercícios pedidos no impresso.
Questionar se os alunos já viram o preparo de uma feijoada, quais os ingredientes e temperos que são usados em sua casa, etc.
Faça um feedback de tudo que viram durante esse projeto.
Agora proponha aos alunos a realização de uma entrevista com a direção da escola para saber como o tema da conscientização das diferenças raciais são tratadas na escola. Você vai se surpreender com os resultados.
Exemplo de questionário para avaliar como sua escola aborda o racismo
Adaptadas do modelo da CMEB Mário Leal da Silva, as perguntas abaixo auxiliam você a fazer um diagnóstico, junto aos professores e à equipe, de como as questões raciais são tratadas na sua instituição.
Assinale a alternativa que corresponde à realidade do seu ambiente escolar
1. A trajetória histórica do negro é estudada:
A- No Dia da Abolição da Escravatura, em agosto, mês do folclore, e no Dia da Consciência Negra.
B- Como conteúdo, nas várias áreas que possibilitam tratar o assunto.
C- Não é estudada.
2. Acredita-se que o racismo deve ser tratado:
A- Pedagogicamente pela escola.
B- Pelos movimentos sociais.
C- Quando acontecer algum caso evidente na escola.
3. A cultura negra é estudada:
A- Como parte do rico folclore do Brasil.
B- Como um instrumento da prática pedagógica.
C- Quando é assunto da mídia.
4. O currículo:
A- Baseia-se nas contribuições das culturas europeias representadas nos livros didáticos.
B- Constrói-se baseado em metodologia que trata positivamente a diversidade racial, visualizando e estudando as verdadeiras contribuições de todos os povos.
C- Procura apresentar aos alunos informações sobre os indígenas e negros brasileiros.
5. O professor:
A- Posiciona-se de forma neutra quanto às questões sociais. É o transmissor de conteúdos dos livros didáticos e manuais pedagógicos.
B- Reavalia sua prática refletindo sobre valores e conceitos que traz introjetados sobre o povo negro e sua cultura, repensando suas ações cotidianas.
C- Tem procurado investir em sua formação quanto às questões raciais.
6. O trato das questões raciais:
A- É feito de forma generalizada, pois a escola não tem possibilidade de incidir muito sobre ele.
B- É contextualizado na realidade do aluno, levando-o a fazer uma análise crítica dessa realidade, a fim de conhecê-la melhor, e comprometendo-se com sua transformação.
C- Não é considerado assunto para a escola.
7. As diferenças entre grupos etnoculturais:
A- Não são tratadas, pois podem levar a conflitos.
B- Servem como reflexão para rever posturas etnocêntricas e comparações hierarquizantes.
C- São mostradas como diversidade cultural brasileira.
8. As situações de desigualdade e discriminação presentes na sociedade são:
A- Pontos para reflexão para todos os alunos.
B- Pontos para reflexão para os alunos discriminados.
C- Instrumentos pedagógicos para a conscientização dos alunos quanto à luta contra todas as formas de injustiça social.
9. Acredita-se que, para fortalecer o relacionamento, a aceitação da diversidade étnica e o respeito, a escola deve:
A- Promover o orgulho ao pertencimento racial de seus alunos.
B- Procurar não dar atenção para as visões estereotipadas sobre o negro nos livros, nas produções e nos textos do material didático.
C- Promover maior conhecimento sobre as heranças culturais brasileiras.
10. Quanto à expressão verbal:
A- Acredita-se que a linguagem usada no cotidiano escolar tem o poder de influir nas questões de racismo e discriminação.
B- Usam-se eufemismos para se referir a etnia dos alunos, para não ofendê-los.
C- A linguagem não tem influência direta nas questões raciais.
11. Quanto ao trabalho escolar:
A- Alguns professores falam da questão racial em determinadas etapas do ano letivo.
B- Existe resistência dos professores para tratar a questão racial com relação à luta contra todas as formas de injustiça social.
C- Existe um trabalho coletivo sobre a questão racial com a participação de todos, inclusive da direção e dos funcionários.
12. Quanto à biblioteca:
A- Existem muitos e variados livros sobre a questão racial que contemplam alunos e professores.
B- Existem alguns tipos de livros (dois ou três) que contemplam a questão racial.
C- Não existem livros sobre o tema.
13. Quanto à capacidade dos professores sobre a questão racial:
A- Algumas vezes no ano fazemos cursos ou grupos de estudo sobre a questão racial.
B- Ainda não tivemos a oportunidade de estudar a questão.
C- Procuramos incorporar o assunto nas discussões de reuniões pedagógicas, grupos de estudo e momentos de formação.
14. No trato das questões de gênero:
A- A homossexualidade é percebida e discutida no espaço escolar.
B- Há um trabalho efetivo de combate à homossexualidade na escola.
C- Não se considera a homossexualidade um assunto a ser discutido na escola.
15. As discussões sobre a questão da mulher:
A- Não se discute com os alunos a história da discriminação das mulheres na sociedade.
B- A situação feminina é tratada em momentos pontuais, como no Dia Internacional da Mulher.
C- A questão da mulher é amplamente discutida e incorporada aos conteúdos curriculares.
16. Quanto à abordagem sobre populações indígenas:
A- A temática é tratada considerando as informações de livros didáticos e no Dia do Índio.
B- Existe resistência dos professores para trabalhar criticamente essa temática.
C- A escola procura romper com os estereótipos que inferiorizam a cultura destes povos.
Gabarito
Resultado:
Até 06 pontos
1- Fase da individualidade
A questão racial ainda é tabu na escola, que se mantém silenciosa quando o assunto é discriminação. A diversidade étnica é desconsiderada, mesmo que tenha muitos alunos de diferentes origens em sua escola. Enquanto isso, as crianças perdem a oportunidade de formar valores essenciais para uma convivência harmônica em sociedade. Que pena.
De 07 a 18 pontos
2- Fase da negação
Embora a maioria dos professores negue a existência do racismo na sociedade e no ambiente escolar, o assunto começa a ser discutido na sua escola. No currículo, a cultura negra é considerada folclore e a história do povo negro não é exemplo de luta pela cidadania. Na tentativa de amenizar a situação, alguns professores apenas comentam a questão no Dia da Abolição da Escravatura e no Dia da Consciência Negra, não é mesmo?
De 19 a 24 pontos
3- Fase do reconhecimento
Muito bem! Sua escola está no caminho correto, pois reconhece a necessidade urgente de transformar o ambiente em um espaço de luta contra o racismo e a discriminação. Os alunos aprenderam conceitos sobre os diferentes grupos presentes na sociedade e a realidade de cada um é reconhecida e trabalhada. Continue a enfrentar esse belo desafio.
26 pontos ou mais
4- Fase do avanço
Parabéns! Sua escola progrediu bastante para construir-se verdadeiramente democrática. Visualiza com dignidade os diversos grupos étnicos e usa suas contribuições como ferramentas pedagógicas no trato da diversidade. Certamente, os alunos negros de sua escola têm a autoestima elevada e orgulho de sua origem. Todos os alunos reconhecem a necessidade de respeitar as diferenças e sabem que elas não significam superioridade nem inferioridade.
*Apresente os resultados da pesquisa em forma de “ Mural Ilustrado”.
Socialização:
Montar uma exposição com todos os trabalhos desenvolvidos durante este projeto. Montar um painel com as fotos mostrando que todo o trabalho foi feito com muito carinho e teve início, meio e fim. Faça um livro de visitas. Se possível faça uma lembrancinha para os visitantes (Pirulito embrulhado com aqueles papéis de bala de franjinha, de cor preta, e coloque uma fitinha vermelha, formando o cabelinho dela, faça olhinhos e boca).
Nenhum comentário:
Postar um comentário